terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O alcoolismo como epidemiologia

A epidemiologia do alcoolismo tem sido importante na caracterização do abuso e dependência de bebidas alcoólicas como um problema de saúde pública. As análises de dados secundários apontam o alcoolismo como a segunda causa de internação psiquiátrica, como uma das principais causas de aposentadoria por invalidez, do absenteísmo, dos acidentes de trabalho e de trânsito.
No Brasil os estudos com amostras da população geral são escassos. Além do mais, a diversidade geográfica, socioeconômica e cultural não nos permite generalizações. A maioria dos estudos tem encontrado prevalências para o alcoolismo entre 3 e 6%. Todos os inquéritos realizados apontaram diferenças para a variável sexo, mas os achados para as variáveis socioeconômicas não têm se mostrado consistentes.
Azoubel Neto encontrou, em Ribeirão Preto, 6,2% de alcoolistas crônicos. Luz Jr. observou a mesma prevalência, sendo 11% para homens e 1,5% para mulheres. Numa área de prostituição de Salvador, Coutinho (citado por Santana) estimou em 22,6% a prevalência do alcoolismo, sendo 27,7% para o sexo masculino e 20,1% para o feminino. Também em Salvador, Santana obteve uma proporção de 3,4% de alcoolistas na população acima de 14 anos em um bairro de baixa renda, sendo 6% para os homens e 0,7% para as mulheres. Em outro estudo, também em Salvador, Santana e col. encontraram uma prevalência de 6,2% que, estratificada por sexo, foi de 11% e 1,5% para o sexo masculino e feminino, respectivamente.
Com o objetivo de estimar a prevalência do consumo de álcool e do alcoolismo numa população geral, assim como traçar um perfil desses usuários, realizou-se um estudo seccional (inquérito epidemiológico). No presente trabalho estão apresentados os dados desse estudo na região do Município do Rio de Janeiro, Ilha do Governador.

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