quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Levantamentos populacionais específicos

1.Estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio
Os estudos mais amplos, de âmbito nacional, e que apresentaram constância de realização foram os desenvolvidos pelo CEBRID. Foram realizados um total de quatro estudos (1987, 1989, 1993, 1997) nas mesmas 10 cidades, com a mesma metodologia, todos com estudantes de 1º e 2º graus. Nos quatro levantamentos, a cerveja foi à bebida mais consumida, com cerca de 70% dos estudantes relatando seu uso, seguida pelo vinho, com 27%, e destilados, por volta dos 3%. Pode-se notar que o uso na vida de álcool se manteve estável ao longo dos anos, aumentando significativamente apenas em Fortaleza, de 1987 a 1997 (Tabela 3). Quanto ao uso pesado (pelo menos 20 vezes no mês anterior à pesquisa), observou-se um aumento significativo na maioria das cidades estudadas, mostrando uma tendência da juventude em beber com mais freqüência nos últimos anos (Tabela 4). O uso pesado de álcool foi maior nas classes sociais mais elevadas: 10,7% dos usuários pesados pertenciam à classe A; 9,1% à B; 7,6% à C; 6,8% à D e, finalmente à E, a mais pobre, 4,9%. Os usuários pesados de álcool relataram também já terem entrado em contato com outras drogas. Assim, 26,5% deles já usaram solventes; maconha já foi utilizada por 17,3%; tabaco por 14,2%; ansiolíticos por 10,5%; anfetamínicos por 8,1%; cocaína por 7,2%, entre as drogas mais citadas.




2.Estudantes do Ensino Superior
Em 1994, foi publicado um estudo sobre o uso de bebidas alcoólicas entre os estudantes de medicina de duas faculdades: uma em Marília (SP) e outra na cidade de São Paulo. Observou-se que 11,8% dos estudantes do sexo masculino e 1,3% do feminino foram classificados como bebedores-problema; e 4,2% do sexo masculino e 0,8% do feminino como sendo dependentes de álcool. No mesmo ano, 922 estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (RS) foram entrevistados, dos quais 10% tiveram prevalência positiva para o CAGE.
Outro estudo foi publicado em 1996, por Andrade et al., que aplicaram questionários sobre o uso de drogas na Universidade de São Paulo – USP. Os resultados foram separados por áreas de estudo. Assim, o álcool teve uso na vida de 88,6% na área de humanas; 93,3% na de biológicas e 92,6% na área de exatas. Tal qual nos outros estudos, os homens bebem mais que as mulheres; porém, apenas na área de humanas essa diferença foi estatisticamente significante (94% e 84%, respectivamente).
3.Meninos de rua
Os mais constantes destes estudos foram os do CEBRID, que pesquisou essa população em 1987, 1989, 1993 e 1997. Em 1987, observou-se que o uso na vida do álcool, em São Paulo e Porto Alegre, foi de respectivamente, 83% e 71%. No segundo levantamento, realizado em 1989, obteve-se discreto aumento do uso na vida, para 86%, em São Paulo, e 74,5%, em Porto Alegre.
No terceiro e quarto estudos do CEBRID, houve aumento do número de cidades, passando a seis capitais pesquisadas: São Paulo, Porto Alegre, Fortaleza, Rio de Janeiro, Recife e Brasília. O uso diário de bebidas alcoólicas variou de 7% entre os meninos de rua de São Paulo a nenhum entrevistado em Fortaleza que bebia diariamente. Por outro lado, nas seis capitais, o uso de solventes liderou todas as prevalências. Por exemplo, em Recife, 45,1% desses meninos usavam algum tipo de solvente diariamente.

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